Dia de São Jorge 2016 – Imaginário
Reza a Lenda que pelas bonitas terras de um jardim à beira mar plantado, que mais tarde haveria de ser chamado de Portugal, havia um Dragão temível que tudo dizimava à sua passagem. Enorme e feroz, o Dragão arrasava aldeias inteiras, destruindo pastagens e devorando o pouco gado que a população, faminta, criava para seu sustento, levando a que o povo vivesse em constante sobressalto. O povo, reunido em assembleia, procurava avidamente uma solução.
Um almocreve que por ali passava falou-lhes num valente e nobre cavaleiro, Jorge de seu nome, originário da Capadócia, que se tinha tornado conhecido pela sua bravura e especialidade: matar dragões. Sem mais demoras, encarregaram o almocreve de o encontrar e lhe contar as agruras em que o povo vivia causadas pela destruição constante que o dragão provocava.
E foi assim que, algum tempo depois, um cavaleiro de porte altivo deu entrada no que restava da aldeia. Reconhecendo nele o cavaleiro de que o almocreve falara, depressa o levaram até ao local onde o Dragão se escondia. Mas este, depressa demonstrou que não era um dragão igual aos outros. Maior e mais perigoso que qualquer bicho que Jorge já enfrentara, mostrou rapidamente que não se iria deixar subjugar em simples combate. Para o levar de vencido, Jorge teria de usar toda a sua astúcia.
Numa noite, na estalagem da aldeia, sentado a um canto, enquanto procurava colocar em dia as muitas ideias que lhe assolavam o espírito, ouviu dois aldeões falarem num precioso néctar que era capaz de, na dose certa, fazer tombar um boi. Intrigado, aproximou-se e pediu-lhes que lhe falassem mais desse néctar, pois ali poderia estar o ingrediente secreto capaz de derrotar o temível dragão.
Falaram-lhe então de uma aldeia longínqua localizada no sopé de um monte, famosa pelos muitos vinhedos que ali abundavam, um sinal da bênção de Deus e cujas gentes eram especialistas na arte de criar a famosa bebida de que tanto falavam e cujo segredo só eles conheciam. Um néctar que era símbolo da vida, da sabedoria e do conhecimento, da alegria e da festa, do banquete messiânico e da Eucaristia. Era mesmo aquilo que ele procurava.
E foi assim que Jorge partiu naquela noite rumo à aldeia longínqua de Ana Dias, em busca dos segredos daquele néctar.
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